Jorge Ramos lança livro e fala sobre o maestro Tranquilino Bastos


No último sábado (15), o escritor e jornalista da TVE Jorge Ramos esteve em Cachoeira para o lançamento do livro: “O Semeador de Orquestras – História de Um Maestro Abolicionista”. A obra homenageia o jornalista e músico cachoeirano Manoel Tranquilino Bastos (1850-1935). O lançamento do livro foi o principal momento da programação paralela da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica 2011).


A homenagem também trouxe a cachoeira, um bisneto de Tranquilino Bastos, Derblay de Almeida, que vive no Rio de Janeiro. Emocionado, Derblay lembrou que a extensa pesquisa do escritor baiano possibilitou que a família carioca passasse a conhecer a história do maestro que, entre suas obras, compôs o Hino da Cachoeira, Airosa Passeata e o Passo Dobrado n° 147. Além de ter fundado a Sociedade Orpheica Lira Ceciliana, e de ter sido militante no processo de abolição da escravatura no Brasil.

Além do bisneto do maestro, o historiador Ubiratan Castro, que contribui com o prefácio da obra, também compareceu ao lançamento. Durante a sessão de autógrafos, Jorge Ramos recebeu um presente inesperado. A família Ferreira Bastos, de São Félix, presenteou o escritor com uma bengala usada por Tranquilino Bastos e que ele mesmo, já nos últimos anos de vida, doou para Renildes Ferreira, a quem ele chamava carinhosamente de 'Cordão de Ouro'. Ramos comentou que a bengala será a primeira peça do Memorial Tranquilino Bastos, que deverá ser erguido em breve. O secretário de Cultura e Turismo de Cachoeira, Lourival Trindade já anunciou que a cidade entrará na disputa para sediar o memorial que levará o nome do maestro.

Depois dos discursos de apresentação do livro, a Lira Ceciliana entoou várias composições do músico baiano e o público voltou a emocionar-se durante a execução do Hino da Cachoeira. Ao fim das homenagens, Jorge Ramos falou com exclusividade a reportagem do Jornal A Cachoeira.

A Cachoeira: Jorge, livro lançado, missão cumprida?
Jorge Ramos: Não. Esse livro é muito importante. Mas, é apenas um passo. Temos que continuar no resgate a essa figura popular que foi Tranquilino Bastos. O próximo passo é entregarmos a sociedade civil o Memorial Tranquilino Bastos. Um museu destinado a ele, aqui em Cachoeira com peças do acervo dele e continuarmos a cultuar a memória dele. Vamos fazer em breve, também, uma segunda edição do livro, revisada. Onde algumas incorreções de ordem gráfica da primeira versão, serão corrigidas.
AC: Como foi o processo de criação do livro?
JR: Foram treze ou quatorze anos de pesquisa. Uma pesquisa muito dura, muito árdua. Foi preciso mergulhar na história do contexto cultural, econômico e social do Recôncavo daquele período entre o século XIX e XX.
AC: E quanto a esse presente que você recebeu hoje? Você imaginava receber algo dessa importância?
JR: Essa é a bengala que o maestro utilizava e que ele tinha dado de presente a uma amiga dele e hoje voltou graças à doação da família de Renildes Ferreira para o futuro Memorial Tranquilino Bastos. Tudo que conheço sobre Tranquilino Bastos é surpreendente.

Um comentário:

  1. Sou bisneto de Manoel Tranquilino Bastos. Quero agradecer ao grande jornalista e escritor Jorge Ramos pela oportunidade que tive de conhecer melhor o valor artístico, humano e político do grande heroi brasileiro, que honrou o povo cachoeirano. Obrigado Jorge Ramos! Que Deus te abençoe agora e sempre. Derblay de Almeida

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