Os Verdes-louros de Euvaldo Rosa


Prefeito da maior cidade do recôncavo chega ao fim de oito anos de administração. Nesse tempo, Euvaldo Rosa (DEM) viu seu partido quase acabar, passou por situações polêmicas, não cumpriu as principais promessas da campanha.  Mas, consegue chegar com boa popularidade ao fim do mandato.  Euvaldo assumiu a prefeitura em 01 de janeiro de 2005, depois de ser eleito com 50,3% dos votos numa acirrada disputa contra Humberto Leite (PSDB) que obteve 42,6%. Candidato do ex-prefeito, Álvaro Velloso Bessa, chegou prometendo continuidade e assim foi. Mas, em oito anos de governo, não foram poucos os casos que dividiram a opinião dos santo-antonienses em relação ao prefeito democrata.

A cor da discórdia
Assim que assumiu o comando da prefeitura, Euvaldo mandou pintar todos os prédios públicos de verde, cor que escolheu para ser marca da sua administração. A medida inusitada gerou reclamações de uns e piadas de outros. A própria prefeitura passou a ser chamada por alguns de Casa Verde num claro protesto a ideia do mandatário. Mas, o que era cômico virou protesto quando numa fracassada tentativa de regularizar o serviço de moto táxi na cidade, a Superintendência Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) decretou que todos os motoqueiros precisavam pintar suas motos na cor adotada pela administração. A medida também reduziria o número de moto taxistas da cidade de mais de dois mil para apenas seiscentos. Durante os protestos da categoria, o prédio da prefeitura chegou a ser alvo de um atentado, onde um vigilante ficou ferido, após a explosão de uma bomba caseira. Hoje em dia, a SMTT voltou a relaxar a fiscalização e a maioria dos moto taxistas segue trabalhando de maneira irregular e sem ter a moto pintada de verde.

Cidade sem palmeiras
Santo Antonio de Jesus, também é conhecida na região como Cidade das Palmeiras, por causa das palmeiras seculares que existiam paralelas a antiga linha do trem. Outra ideia controversa do prefeito mexeu diretamente com esse patrimônio santoantoniense. Euvaldo ordenou a derrubada das palmeiras seculares que ficavam na Avenida Ursicino Pinto de Queiroz durante as obras para a construção da nova praça.

Praças
Praças, esse é o primeiro ponto negativo que os santo-antonienses lembram em relação ao prefeito. Isto porque, as duas mais antigas da cidade, não foram reformadas como se esperava. A Praça Padre Mateus, que virou um grande estacionamento, tinha sua reforma dada como certa pelo então candidato a prefeitura Euvaldo Rosa. Na Praça São Benedito, a Paróquia acabou reformando por conta própria a igreja e o cruzeiro, o resto da praça segue sendo livremente usada pelos comerciantes que expandiram seus trailers colocando toldos e construindo até banheiros particulares no espaço que já nem parece mais ser público. Euvaldo preferiu investir em reformas e construções de praças e áreas de lazer em bairros mais periféricos da cidade como o Bairro São Paulo, a Urbis I e a Urbis IV. Nessas praças, a padronização dos estabelecimentos comerciais foi respeitada e a população passou a ter mais uma opção de lazer. Ponto positivo para o prefeito.

Promessas
No social, o prefeito do DEM também viu projetos dados como certo não saírem do papel. Um deles, o Bolsa Família Municipal que prometia um benefício maior para as famílias de baixa-renda do município e nunca virou realidade. Outro programa que também não avançou foi o Projeto Fênix prometido para regularizar a fabricação de fogos artifício no município (Em dezembro de 1999, 64 pessoas morreram na explosão de uma fábrica de fogos em Santo Antonio de Jesus).

A Popularidade de Euvaldo
Então como explicar a boa popularidade com que Euvaldo chega ao fim dos seus oito anos de mandato. Nesse tempo não há como negar que a cidade segue em plena evolução, e o nome do prefeito quase sempre esteve ligado aos avanços do município. Como a criação do Pólo Industrial que reuniu fábricas e indústrias numa área afastada do centro da cidade, demonstrando consciência ambiental e atraindo novas empresas, algumas delas internacionais, inclusive. Euvaldo também ajudou a consolidar a Festa de São João da cidade como uma das maiores e mais requisitadas do país. Euvaldo deu aval para a volta das linhas de ônibus que foram bem reintegrados ao cotidiano dos santo-antonienses.
Euvaldo também ganhou pontos em obras nas quais o governo municipal teve pouca ou quase nenhuma participação. Foi na administração de Euvaldo que a cidade ganhou um centro da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O Centro de Ciências e Saúde (CCS), que em breve deve passar a oferecer o curso de medicina. A população finalmente viu a inauguração do Hospital Regional de Santo Antonio de Jesus (HRSAJ) e uma unidade do SESC Clube do Comércio foi instalada na cidade.

Sucessão Municipal
Agora o prefeito do DEM, espera usar a sua popularidade para eleger um sucessor a Casa Verde. O mais provável nome para candidato do prefeito é o do deputado estadual Rogério Andrade (PSD). Mas, outros pré-candidatos, ainda correm, por fora, na briga pelo apoio do atual prefeito. O vice-prefeito, Juanito Barbosa (PP) declarou recentemente que almeja se tornar o primeiro prefeito negro da capital do recôncavo, gerando um problema dentro do partido que já havia começado a trabalhar na campanha do médico Leonel Cafezeiro. Ainda na base do governo, outro nome forte é o da ex-vice-prefeita Dalva Mercês (PSB) que quer se tornar a primeira mulher a governar a cidade.
Na oposição, os nomes mais cotados são do PT com o vereador Aílton Santos e o ex-prefeito Álvaro Veloso Bessa, recém chegado ao partido. Quem também deve ter candidato próprio é o PDT que confirmou a pré-candidatura do ex-prefeito Humberto Leite, mas, tem o médico Everaldo Júnior também buscando apoio para ser o concorrente nas eleições em outubro. Ao que tudo indica, mais uma vez, a sucessão municipal deve ser pautada pelos partidos da base aliada. Um desses partidos é o PCdoB, onde o arquiteto César Queiroz, nome já carimbado nas eleições santo-antonienses já teve sua pré-candidatura confirmada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário