Resoluções


Emagrecer, praticar um esporte, levar uma vida mais saudável. Ler mais, estudar mais, se dedicar mais. Aprender um novo idioma, concluir a faculdade. Arranjar um emprego, conseguir um aumento de salário, uma promoção. Se livrar do chefe, descansar. Arrumar um amor, namorar, casar, ter um filho. Viajar, tirar aquelas férias, fazer uma segunda lua de mel. Juntar dinheiro, reformar a casa, trocar o carro, comprar um barco, pagar um plano de saúde, ir à praia usando filtro solar. Fazer um blog, plantar uma árvore, abrir uma ONG, fundar uma coleta seletiva. Viajar vários países em uma moto, escalar o Everest, o Aconcágua, o Pico da Neblina. Saltar de bungee jump, de base jump, de asa delta, de para quedas. Deixar o cabelo crescer, fazer uma tatuagem. Deixar de beber, de fumar, de ouvir música ruim. Ser solidário, ajudar mais, protestar mais, desacomodar. Amar, tolerar, reconhecer, perdoar. Mudar o mundo, mudar as pessoas, mudar. E no final, prometer tudo de novo para o próximo ano.

Dúbio



Na Atualidade
Tem Verdade que é Mentira
Tem Mentira que é Verdade
Fruto da Ira, Prova da Maldade
Na Sociedade

Desde que o Mundo Gira
O que me Tira Toda Humanidade
O que me Pira na Realidade
É que Toda Verdade é uma Mentira
Toda Mentira é uma Verdade

Internautas do recôncavo descobrem nas redes sociais uma forma de protestar

No mês de março, o internauta, Gabriel Barros da cidade de Santo Antonio de Jesus publicou em seu perfil na rede social Facebook uma foto em que um carro da Superintendência Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) aparece cometendo uma infração de trânsito. A foto-denúncia ganhou reforço, quando no dia seguinte, outro internauta publicou uma foto de outro veículo da frota da prefeitura cometendo a mesma infração. A repercussão e o debate nas fotos publicadas na rede social são exemplo de uma prática cada vez mais comum entre os brasileiros, o uso das redes sociais como modo de protesto. “A internet virou uma nova forma de protesto, ela está sendo benéfica! Hoje, 20% das grandes empresas brasileiras estão monitorando as redes sociais para saber se existem reclamações com relação às suas marcas.” Comenta o advogado Marco Aurélio Gomes, Assessor Jurídico/Gerente do Serviço de Atendimento ao Consumidor do Procon de Belo Horizonte. "A internet é um meio de protestar contra os absurdos que algumas empresas fazem com consumidores, as pessoas precisam buscar mais esse meio". Conclui.

As redes sociais que até pouco tempo atrás, eram usadas apenas por pessoas em busca de relacionamentos, agora assumiram funções diversas. Com a inclusão digital promovida pelo governo federal nos últimos anos, o número de usuários brasileiros em comunidades virtuais cresceu. Até fevereiro deste ano, o Facebook possuia mais de 35 milhões de usuários, um aumento de 298% em apenas um ano. Para o jornalista, Marcos Santos, a internet é uma “arma” na hora de reivindicar direitos, expor ideias, ou simplesmente elogiar uma ação. Os usuários criam conteúdo e compartilham com sua rede de amigos. Os manifestos sociais acontecem da mesma forma. O usuário que não gostou de algo expõe sua indignação na rede e seu protesto é repassado para todos aqueles que compartilham o mesmo pensamento.
A equação é simples, divulgar um assunto entre seus contatos, para que eles republiquem e os contatos deles vejam e então republiquem também para os contatos deles. A bola de neve que se forma, pode fazer um tema nascido na internet, chegar a mídia e ganhar novas proporções. A foto publicada por Gabriel Barros entrou facilmente na pauta dos veículos de imprensa da cidade, obrigando o superintendente municipal de trânsito, a emitir uma nota lamentando o ocorrido e prometendo punição aos culpados. Mesmo, com o pedido de desculpas, a atitude de Gabriel, motivou outros internautas a fazer o mesmo. O resultado disso é que mais seis fotos de carros oficiais cometendo infrações foram parar na internet.

Para o historiador Juliano Roso, o fenômeno das redes sociais veio para ficar: “Isso demonstra que esses instrumentos e redes sociais vieram para sair do mundo virtual e entrar também no mundo real. Quando a mobilização sai da rede e entra na concretude das coisas, ela começa a participar da vida real das pessoas”. Mas, o historiador também faz um alerta: “Tudo o que vier em prol da democratização e acesso das pessoas à informação deve ser visto de forma positiva. É importante para que as pessoas possam acompanhar e fiscalizar o governo e até mesmo a própria imprensa. Mas, quando existe uma demanda real em nosso bairro devemos acompanhar, não adianta postar no Facebook e não comparecer ao protesto”.

*publicado originalmente na Revista Reconvexo #2, em maio de 2012